quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Revista Chá de Bebê

Este ano fui convidada para fazer parte da equipe editorial da Revista Chá de Bebê da Editora Santa, com direção de Thaís Almeida.  Foi uma novidade incrível,   começar uma nova atividade junto com a revista e compartilhar ideias com profissionais como a pedagoga Bianca Velloso, a obstetra Eunice Velloso  e a jornalista Alissa Azambuja.

Estamos caminhando para o lançamento da terceira edição, que é sempre trimestral e gratuita e gostaria de mostrar a minha coluna, que foi na edição anterior.


Filosofia da aeromoça


"Em caso de despressurização, as máscaras cairão automaticamente e, atenção, deve-se colocá-las primeiro em nós e depois na pessoa ao lado, mesmo que seja uma criança". Essa orientação da aeromoça em relação às máscaras de oxigênio sempre me incomodou. Não entendia a razão de primeiro atender a mim mesma e não alguém que poderia precisar de ajuda.

Depois de me tornar mãe, o incômodo ficou maior: “como colocar a máscara em mim e não no meu filho primeiro"??? Afinal, as mães, de um modo geral, primeiro atendem as necessidades dos seus filhos e depois as suas. Primeiro alimentam seus filhos, depois se alimentam (quando sobra tempo), atrasam seu próprio  banho e outras necessidades, deixam de lado suas atividades físicas, pois de fato estão mais focadas em atender seu bebê.

Aqui estamos falando de necessidades bem primárias, poderíamos citar muitas outras, como as necessidades sociais  - de conversar com amigos -, as necessidades de relacionamento conjugal, de lazer, cultura etc.

Para a sobrevivência e desenvolvimento emocional desse pequeno ser é fundamental que a mãe o priorize. Estar atenta aos choros e necessidades do seu filho garante o conforto e amor que ele tanto precisa.   

Mas, o que isso tem a ver com a aeromoça? A pequena analogia começa quando as mães continuam indefinidamente a atender as demandas do seu filho e esquecem as suas por mais tempo do que a criança precisa.

De forma bem simples, podemos pensar em uma mãe que vai amamentar com fome ou sede. As mães têm muita força e aguentam isso, porém, com o tempo podem ficar mais cansadas e enfraquecidas. E isso não será bom para ela, muito menos para seu bebê. Aqui é útil lembrar da aeromoça e prestar mais atenção às nossas necessidades, básicas ou complexas, pois a mãe que se cuida terá mais ânimo, alegria e ternura para cuidar do seu filho. 

Finalmente, depois de perceber que estava deixando de me cuidar adequadamente, entendi as razões do alerta da aeromoça. Passei a me alimentar melhor e com o crescimento dos meus filhos, pude ver que podia aumentar também a atenção comigo mesma. Hoje vejo que não só eu ganhei em energia e alegria, mas eles também, pois têm uma mãe que está aprendendo que olhar mais para si não impede de tê-los ainda como sua prioridade.

Cuidar-se é também uma forma de cuidar do seu filho. E boa viagem!!!