No sábado estarei num bate-papo no Bazar Coisas de Mãe e escrevi um pouquinho de minha história para me apresentar no blog da Lígia e Sheila (www.bazarcoisasdemae.blogspot.com).
Meu nome é Juliana, mãe de dois meninos fofos, de 10 anos e 6 anos e meio. Antes se ser mãe trabalhei como psicóloga em serviço de violência doméstica contra crianças, fiz estágios na oncologia infantil e APAE, trabalhei numa escola de educação especial , consultório e posto de saúde. Quando engravidei de meu primeiro filho eu estava coordenando um trabalho na prefeitura na área de prevenção de aids para usuários de drogas injetáveis e depois de anos nisso, percebi que aquela linda barriga não combinava mais com assuntos tão tristes. Com apoio de meu marido, pedi demissão de um emprego público e virei professora da UDESC, mas era temporário e logo que engravidei de meu segundo filho acabou meu contrato.
As circunstâncias me levaram a realizar um sonho, ficar em casa cuidando dos meninos e me tornar uma dona de casa. Foram alguns anos até a vontade de trabalhar bater na minha porta de novo, junto com os pedidos de amigas para explicar sobre amamentação, bebês , gestação - já que tinha trabalhado com gestantes na prefeitura e agora tinha experiência pessoal. A vontade cresceu e resolvi fazer um curso de doula, depois vieram mais cursos e hoje também tenho o de doula pós-parto. Por fim voltei a trabalhar, mas desta vez de forma diferente, com nascimentos, com vida.
Voltei a clinicar só para gestantes e puérperas e preparar mães e pais para a gestação, parto e chegada do bebê de forma personalizada e em domicílio.
Nisso tudo sempre tive carinho especial com as mães no pós-parto. Passei dois momentos desses bem diferentes um do outro. No primeiro pós-parto eu tinha experiência profissional com outras mães, sabia teoricamente sobre cuidados com bebê, tinha feito cursos, lido livros, tudo que podia saber. Mas não sabia sobre as mudanças emocionais na prática, nem das inseguranças de ser uma "boa mãe", ou da importância de me cuidar primeiro para depois cuidar do bebê. Como eu queria ter tido uma doula ou outra pessoa que me contasse que tudo aquilo fazia parte da montanha-russa hormonal e que as autoexigências das idealizações de mãe só atrapalham. Alguém que contasse que ficar sem dormir e ser responsável por uma nova vida é, em alguns momentos, difícil de se lidar. Talvez por isso que eu tenho tanto carinho e empatia pelas novas mães. É o nosso momento "borboleta". Nossa metamorfose de mulher tranformando-se numa outra mulher-mãe, mais sensível e ao mesmo tempo mais forte, mais intuitiva e tão apreensiva pela vida e saúde do nosso fruto e amor maior. Algo que transcede explicações, teorias, que torna-se impossível de saber sem ter passado pela experiência de ser mãe.
Espero que no Bazar a gente possa conversar sobre as experiências de cada uma, sem teorizar muito, mas compartilhar nossas vidas, nosso amor e ter carinho pelas nossas lindas transformações (nem sempre fáceis) que passamos no pós-parto.
Beijos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário