sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Pós-parto: um bate-papo

No sábado passado fiz um bate-papo no Bazar Coisas de Mãe - organizado por Sheila e Ligia. Fizemos uma conversa com gestantes, maridos e duas mães que contaram seus pós-partos.
Abaixo fiz um pequeno texto para ajudar a pensar no encontro.

Bom pós-parto!

O pós parto é um período que grandes transformações, no corpo da mulher, na sua relação com seu companheiro, familiares e consigo mesma. No centro disso tudo está a sua relação com o seu bebê, crescendo o amor a cada dia e iniciando uma relação forte e profunda.


Cada mulher vai passar pelo pós- parto de sua maneira, umas sentindo mais outras menos as variações emocionais e físicas desse período. Mesmo assim é interessante saber que não estamos sozinhas nessa caminhada, que alguns aspectos são comuns a todas.


O QUE É O PÓS-PARTO:

O pós-parto é um período que pode ser visto desde os primeiros dias após o nascimento do bebê (pós-parto imediato), na chegada em casa na primeira semana ( recente) e até 4 a 6 semanas (tardio).
Para a Dra. chilena Soledad Dìaz, este período estende-se mais, até a mulher recuperar-se na parte fisiológica, endócrino e nutricional. Enquanto estiver amamentando ela ainda terá as condições diferentes das anteriores da gestação. Em resumo, é todo o período que necessita para recuperar-se como estava antes de engravidar e durante a etapa de transição de grande dependência do bebê à mãe. Podendo levar de meses a mais de um ano.

DIFERENTES ASPECTOS DO PÓS-PARTO:

Podemos falar do pós-parto do ponto de vista físico, os hormônios vão mudar muito, parecendo uma TPM. Os seios podem estar doloridos com a descida do leite e haverá um sangramento que dura em torno de 10 dias, assemelhando-se a menstruação. Pode haver algum desconforto no períneo (em caso de parto vaginal) ou na cicatriz (no caso de cesariana). A barriga antes tinha um bebê e agora está ainda um pouco distendida e os órgãos estão voltando ao lugar, por isso a sensação de estar solta.

No lado emocional, a mulher pode sentir-se muito animada e feliz com nascimento do bebê e em outros momentos também sentir-se confusa e triste (baby blues). Tudo isso faz parte da adaptação. Pode também sentir um vazio, estar assustada com a grande responsabilidade e com a sensação de que não dará conta, sem saber o que é certo ou errado para atender seu bebê. Calma! Nada de se culpar! Nem todas passem por isso, mas vale a pena saber que essa montanha russa emocional pode acontecer e tendo apoio, carinho pelos seus conflitos e paciência, tudo vai se resolvendo.


As expectativas de ser uma “ boa mãe”, que foram construídas pela cultura.

O aleitamento materno, que pode ser tranquilo ou apresentar algumas dificuldades e necessitar de ajuda profissional.

Os conflitos em relação aos outros filhos e também as outras partes da vida – vida social, trabalho etc.

Relação casal, envolve a sexualidade e as mudanças entre ambos. Alguns pais podem sentir ciúmes da mulher por atenção exclusiva ao bebê ou mesmo por não estar participando ativamente dos cuidados do mesmo. Na sexualidade pode acontecer de um estar com mais ou menos desejo que o outro. Nesse período a mulher está sob efeito de hormônios da amamentação que ressecam a mucosa vaginal, interessante utilizar gel à base de água e criar maneiras de retomar o namoro e lidar com o leite pingando, com o bebê acordando nas horas do casal. Pois tudo isso faz parte da nova vida e não tem como lutar e sim adaptar-se e criar alternativas e aceitar o que não podemos mudar - parafraseando a oração do AA.

Mas na verdade gostaria de falar de outro aspecto do pós-parto, a fase “Borboleta” da mulher .

Em nenhum momento da vida da mulher houve/haverá tamanha transformação como no puerpério.
Nem quando ficou mocinha, ou se formou, casou , trocou de emprego, nada. Nada se compara a torna-se mãe, nem pode ser chamado de transformação, fica melhor metamorfose pelo sentido de mudança radical. Guarda sim a mulher de antes, porém sente de forma distinta. Quantas mulheres que julgam outras antes de serem elas mesmas mães e depois dizem “ não imaginava que sentiria dessa forma com meu filho.”

O QUE AJUDA NO PÓS-PARTO:


1- Quando o bebê dormir, aproveite para relaxar e dormir também. Deixe outras tarefas para depois, seu corpo precisa de sono para se recuperar e ter energia para cuidar do bebê.

2- Beba líquidos sempre que sentir sede, não demore a atendar seu corpo. Ajuda na amamentação e também para seu funcionamento intestinal.

3- Alimentar-se bem é fundamental, se possível 6 refeições ao dia para não passar grandes períodos sem comer nada. Filofofia da "aeromoça" , a mãe precisa estar bem alimentada porque gasta bastante energia (cuidar do bebê, amamentar e recuperar-se do parto). Dê muita atenção ao almoço, comendo alimentos bem nutritivos.Ah, lembre-se de comer alimentos com fibras, seu intestino agradece.

4- Evite fazer esforço físico. Peso só o do seu bebê.

5- Peça ajuda, principalmente para cuidados com a casa. Isso outras pessoas podem fazer por você.

6- Mesmo querendo cuidar 100% sozinha do seu bebê, não negue compartilhar com seu companheiro ou pedir ajuda. Você pode ser a principal cuidadora, mas às vezes vai precisar ir ao banheiro, comer tranquilamente ou mesmo dormir.

7- Tente achar um tempinho para conversar com seu companheiro sobre as mudanças na vida de vocês. Se for solteira, vale encontrar uma boa amiga ou familiar.

8- Valorize-se: você está fazendo algo muito importante !!!

9- Caminhar aos pouquinhos ajuda na recuperação do corpo.

10- Com as visitas: preocupe-se mais com você e seu bebê. Secretária eletrônica, alguém para ajudar a receber as visitas, avisar dias e horários adequados. Todos estão curiosos e felizes com o nascimento. Porém, sinta-se à vontade para deixar a sala para amamentar sozinha no quarto, avisar que está cansada, ficar com o bebê com você e não no colo de cada que vem visitar.

11- Tenha carinho pelas suas dúvidas e temores. Você não conhecia seu bebê, não é mesmo? Então, saiba que aos poucos você entenderá bem os seus choros e vontades, sua intuição estará cada vez mais aprimorada. Dê tempo ao tempo. Paciência consigo mesma, sem se culpar por não adivinhar o "manual do bebê".

12- Se precisar, busque ajuda profissional. O que importa é você sentir-se bem!

13- Pai do bebê: continente emocional da mãe, compartilha dos cuidados do bebê e ajuda na escuta sem julgamento, dando apoio emocional, cuida da proteção da casa – visitas, compras etc.

14- Tomar sol, um pouquinho sempre que possível ( nos seios, sem não estiverem machucados e nos pés).

2 comentários:

Gi disse...

Juliana, parab'ens pelo teu lindo trabalho! Foi muito impotante compartilhar tua fala naquele encontro!!!! Grande abc, Giselle

Juliana Sell disse...

Oi Giselle,

Que bom que você gostou. Fiquei bem contente em te conhecer e participar do bate-papo no Bazar. Mande notícias do teu bebê.
beijos.